sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sendo eu

Agente vai caminhando
vai se reconhecendo
e assim vai se amando por ser o que é
eu vi que eu não sou a tal montanha que o capricórnio sobe
nem o mar profundo em que ele mergulha
eu vi que eu sou a flor do meio do caminho e que as vezes sou a tartaruga que sobe pra respirar
eu não sou a morte bonita que me aguarda todos os dias na porta
nem a dançarina feita de vento nas pernas
eu muita das vezes sou a menina sentada no banco do jardim
muita das vezes a que não para de rir do céu azul e bobo lá fora
eu não sou uma fortaleza, nem mesmo um oceano, eu não sou o que não tem remédio, nem mesmo aquela que voa, eu sou eu, e isso as vezes já é muito.
ja é tudo. pelo menos pra mim.

Noh Gomes