quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Saudade

Saudade das camas em que ja deitei. Deitei para celebrar, para compartilhar, para apaziguar. Saudade das camas em que só deitei e a ação, o movimento eram de amor puro, amizade sincera e só.
Saudade de quando deitava naquela cama pra jogar video game e rir das historias dele, das maluquices dele e das mulheres dele. Saudade de quando deitava naquela cama para bebericar vodca e escutar pela primeira vez Janis, Thuata, Hendrix e a única troca era a de olhares, a de sorrisos de boca fechada e de sonos embalados por incensos indianos e historias contadas ao pé do ouvido.
Saudade de deitar naquela cama, naquele chão e contar sonhos, projetos e só levantar para tomar chá mate ou quando ela chegava, eu me levantava, dava-lhe um abraço de boa chegada e ia-me. Saudade de deitar na cama ou na rede e ver aquele olhar tão doce e complacente acariciando minha barriga e contando historias em 3ª pessoa só para me ver rir e sentir que o mundo não estava desabando. Eu sinto saudade deles, não falta, saudade da troca fácil, doce e quase eterna.

Att,
Noéle Gomes

sábado, 26 de janeiro de 2013

Daquilo que você corre

Jogar fora as cinzas, limpar as janelas. Subir montanhas, dançar no mar. Teríamos noites lindas, todas regadas a nós dois, mas você não virou a direita, na verdade também não ergueu a esquerda. Não sei pra onde você foi, então apaguei folhas e folhas escritas tão cheias de carinho e raiva. Sua impaciência e minha ansiedade não vivem dentro do mesmo copo. Foi bonito, ou teria sido, não há mais estrada. Fomos. Beijos e estrelas. Mas fomos e vida.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Meu BEM maior

" Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de  como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores  defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter  coragem. " Jose Saramago.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O pra hoje

Tenho acordado todos os dias com o silêncio ja ao lado, antes de escovar os dentes ja o visto sem ver e caminho diariamente, aprendi seu preço, aprendi sua ajuda e não reclamo, não questiono. A vida mudou, a vida virou e hoje somente olho pra frente e o coração continua batendo cheio de sonhos, projetos e novas esperanças e que venha o necessário e o que for merecido, só isso, nada mais do que isso.

Continuo...

Noh

domingo, 20 de janeiro de 2013

Verdade Verdadeira

Nada é maior do que suas crenças. Acredite sem ilusão. Viva lucidamente. Ame incondicionalmente. Sinta na pele o poder do toque. Só fique ao lado dos que te respeitam sem te questionar. Apaixone-se por pessoas, nunca por gênero. Vá ao cinema no minimo duas vezes ao mês. Chore quando a alma estiver cheia. Acenda velas. Medite. Dance de olhos fechados no seu quarto. Não se preocupe com o passado, ele nem sequer existe. Eu sou a soma dos meus sonhos. Seja um Sonhador. Projete, calcule, estude e faça, sempre faça. Voe. Vista biquíni. Leia livros de autores que você nunca ouviu falar. Ouça rap francês. Escute o coração de alguém, é extremamente acolhedor. Transe de luz acessa e nunca perca os olhos dele. Saia no sábado cedo para caminhar no parque. Beba suco. Não se irrite com nada, afinal nada é tão grande assim. Trabalhe com o que te dá prazer. Não engane, burle ou faça outros de idiota, o mundo gira e amanhã podem fazer o mesmo com você. Não seja leviano ou sacana, acredite, tem pessoas que gostam de você. Seja o que você é, afinal ser outra coisa é suicídio na certa. Seja Feliz independente de e se faça um imenso favor, jogue seu espelho fora.

Noh Gomes

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Das dores agudas

Como ser tudo inteiro, como ser vazia sem a falta, como ser amor sem passado, como ser Eu sem doer?

Noh

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Até onde vai o querer

Tua

Maria Bethânia

Dentro da noite voraz
Detrás do avesso do véu
Atravessa este verso
A vontade nua
Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite feroz
No breu das noites brancas de hotel
No clarão, no vasto, no vago
No vão, no não, na multidão
Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite fulgás
Estrelas a se consumir
Arde o gás que faz esta canção
Será que você vai me ouvir?
Tua, tua
Tua e só tua

Na areia, na neve marinha
No dentro do dia, tua
Na areia, na neve marinha
No motor do dia, tua
Tua, tua
Tua e só tua



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sentada no mesmo banco

Observo-me pois sou o que de mais precioso tenho e o que menos conheço. Observo-me pois sendo Eu conhecida e reconhecida, o meu mundo não será tão infimo e mesquinho, poderei expandi-lo e de portas abertas receber aqueles que assim como eu, deixaram as malas para trás e seguiram rumo sua estrada de alma.

Noh

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Pelas ironias da caminhada

Por obra do destino e somente dele encontrei aquelas páginas virtuais, seu diário aberto. Li cada palavra, ponto, escutei cada música, vi cada entrelinha, estava tudo ali, tudo que ele não falou, tudo que eu esperei ter escutado, tudo que ele mais uma vez guardou para si. Eu esperei até mesmo os pontos, esperei até mesmo o olhar, mas ele não disse, ele não mostrou.
Diante de tudo aquilo, diante de toda uma historia, me perguntei se eu não merecia, se eu não era digna de escutar, de saber, pois bem, não era e assim ficou. Os dias passaram, meses, um ano e eu simplesmente esperei na janela do coração, esperei na janela do de dentro e a poeira chegou, as nuvens escuras, a falta das flores, da música, do cheiro. E elas se fecharam com direito a cadeado e cortina escura, e assim eu fiquei por escolha, fiquei lá dentro, fiquei limpando a casa, vasculhei papéis, vi fotos, presentes, promessas, vi tudo que precisava ver, exorcizei, chorei, clamei, tudo um silêncio longiquo. Mas os dias passaram, meses, um ano e a janela se abriu sozinha, a cortina caiu do seu lugar, o sol entrou, nasceram novas flores, novas canções foram ouvidas de longe e eu dancei sozinha na sala sem saber o motivo, mas com um imenso sorriso no rosto, chegaram a cogitar que havia um outro coração batendo a porta, mas se engana quem ama outros sem se amar antes, o barulhinho bom na porta era o meu coração, minha alma, adentrando novamente e ocupando seu lugar de direito.

Noh Gomes

Das delicadezas de minuto

Senti cada gota, no rosto, nos ombros, no colo dos meus seios. Senti cada gota percorrendo caminho algum, deslizando por uma superficie lisa, quente. Senti cada gota e quando fechei os olhos entendi que era carinho dos céus, carinho de Deus.

Noh

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Depois do último 1 Ano

Pensei que morreria sem aquela cor, sem aqueles olhos que profundamente me penetravam, sem aqueles lábios que quando cerrados diziam muito mais do que sua voz em tom moderado, pensei que morreria de tanto ouvir nãos. Pois bem, aqui estou diferentemente bela, estranhamente Eu e viva, mais viva do que quando nasci.

Noh

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Toda a verdade

Eu fiquei meses sem escrever não somente aqui, mas por todos os lados, eu me puni nesses últimos tempos, não sei porque achei que minhas palavras gritavam tanto o que sou, que por meses eu quis me esconder daquilo que mais me expõe. Não há como fugir, não há como se negar um amor, então decidi amar, amar e amar mesmo sem contar, porque vejo que o amor nem sempre é correspondido, mas isso não faz dele menos doce, pode fazer dele mais compreensivo. Eu quis não contar ou não registrar um período da minha vida, não por estar sem vida, mas porque a vida sem ele não tinha lá tantas cores como antes ou tanta fome como antes. Pois é, eu não quis me ler, eu não quis me acolher e pela primeira vez me deixei ser levada pelo rio que sangra, mergulhei nas minhas chagas e sim, eu sai outra e essa outra não é a mesma que chorou no sofá copiosamente durante meses, porque sim, eu choro, eu sofro e sou humanamente burra, mas leal a mim, então deixei jorrar o necessário, ou até mais do que isso, transbordei de tanta dor, gritei horrivelmente de boca fechada, deixei o peito se partir em mil pedaços e me fantasiei inúmeras vezes, só para não assustar os que me viam de frente. A fase escura acabou de passar e vejo uma fresta iluminada e o barulhinho de chave destrancando a porta me fizeram escrever, acho que estou viva novamente.

Noh Gomes

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013