quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Saudade

Saudade das camas em que ja deitei. Deitei para celebrar, para compartilhar, para apaziguar. Saudade das camas em que só deitei e a ação, o movimento eram de amor puro, amizade sincera e só.
Saudade de quando deitava naquela cama pra jogar video game e rir das historias dele, das maluquices dele e das mulheres dele. Saudade de quando deitava naquela cama para bebericar vodca e escutar pela primeira vez Janis, Thuata, Hendrix e a única troca era a de olhares, a de sorrisos de boca fechada e de sonos embalados por incensos indianos e historias contadas ao pé do ouvido.
Saudade de deitar naquela cama, naquele chão e contar sonhos, projetos e só levantar para tomar chá mate ou quando ela chegava, eu me levantava, dava-lhe um abraço de boa chegada e ia-me. Saudade de deitar na cama ou na rede e ver aquele olhar tão doce e complacente acariciando minha barriga e contando historias em 3ª pessoa só para me ver rir e sentir que o mundo não estava desabando. Eu sinto saudade deles, não falta, saudade da troca fácil, doce e quase eterna.

Att,
Noéle Gomes

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