sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Porque se ninguém entender, ja fez sentido escrever.

Quando eu vi o que ressoava dentro, não houve choro suficiente, na verdade não consegui externar, foi tudo dentro, tudo intimo, interno e enlouquecedor. Realmente ele tinha razão, não pare de escrever, ele sempre disse. Pois é a única maneira que encontrei de botar o nó inflamado para fora.
O tempo passou voando, não, o tempo não passou, eu que passei feito ventania e engoli dias, meses e ja danço Agosto com seu vento frio e som oco, tudo seco, tudo pó.
Quando o vi sentado com seus óculos e livro na mão quis sentar no seu colo e me encolher ali, mas no lugar de sorriso, pulei atras do muro do não me machuque e fui embora, sem óculos, sem livro e sem vida. Acho que não reconheço mais sua pele, nem o toque, mas casaria embalada com o som da voz única que sai daquele peito branco de pulmões fortes, eu casaria e dançaria o silêncio do salão repleto de flores coloridas, assim como ja sonhei um dia.
O nó ficou mais do que inflamado, ficou doente, doente seriamente, de maneira que somente palavras não seriam eficazes, nem lágrimas externas daquelas que molham boca, queixo e blusa, era preciso mais, era preciso fé no abismo e la fui eu, pular sem olhar para trás, pular para tentar achar os ossos e cantar mais uma vez o que esmaguei com falta de carinho.

Noh Gomes

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